quinta-feira, setembro 20, 2007

SenhorF (Materia sobre o 2°SeRasgum)

Festival 'Se Rasgum no Rock', em Belém, confirma força da cena do Norte
A segunda edição do festival “Se Rasgum no Rock foi marcada com vários momentos emocionantes. Mas sobretudo, foi um grande aprendizado para os jornalistas locais, bandas e para os produtores do evento.
Um dia antes dos shows, na sexta-feira (14), aconteceu um debate sobre o rock independente com a participação dos jornalistas Alexandre Matias (jornal Estado de São Paulo), Pedro Alexandre Sanches (revista Carta Capital) e Alex Antunes (revista Rolling Stone). Nas paredes do auditório do Instituto de Artes do Pará ficou impregnada a informação que as bandas de rock independente do Brasil precisam, de qualquer estilo, se divertir mais em cima do palco. E parece que o recado foi, realmente compreendido.
Já na primeira noite de shows, no sábado (15), um longo atraso nas apresentações acabou deixando o público e as bandas ávidas por diversão. Principalmente, no meu caso, que aproveitei para fazer algo absurdo, criei na minha cabeça a necessidade de cobrir o festival de uma forma inusitada, o de uma pessoa que passa a noite se tatuando e se desespera para ver todos os shows. E assim, aconteceu.
Mas antes de começar a sessão, ainda pude assistir claramente ao ótimo show das bandas locais Quimera Porfia e Malachai, que representam muito bem a variedade da música paraense. A primeira com letras politizadas, mas sem encher o saco, com uma sonoridade que lembrava muito o Pearl Jam, e a segunda completamente psicodélica e meio rural, lembrando um pouco de Raul Seixas e Mutantes.
Agora sim, começando a sessão de prazer e tortura. No palco maior, começa a rolar o show da Johny Rock Star e as agulhadas começam a correr a parte da frente, da minha canela esquerda. Já pedi para o tatuador e amigo Barelli parar para assistir um pedaço do show. Os muleques estavam afim de rock e diversão e foi o que aconteceu. Voltei e continuei, mas ao mesmo tempo, outra surpresa no palco dentro do African Bar, a nova sede do festival. Os representantes de Roraima, Mr. Jungle. Rockão, com refrões pegajosos, como no caso da música “Mister Rock’n’Roll”. Impressionante.
Outra grande surpresa do sábado, foi o show da banda Cabaret. Quando os cariocas subiram no palco principal, preferi continuar o que se transformaria em algo sensacional na minha canela. Mas logo depois, me arrenpendi em ter ficado para tomar as agulhadas naquela hora. No meio do show sobe a musa Marisa Brito (vocalista da banda A Euterpia) para cantar a música “Amor e Guerra”. Nessa hora, fiquei maravilhado com a doce voz de Marisa, que acalentava a minha dor.
Depois do Cabaret, os integrantes da banda paraense ION mostraram vitalidade e muita energia com o rock industrial. 300 BPMs e parei para assistir o show. Um dos melhores da primeira noite.
Outro momento importante do sábado, foi a minha primeira chance de assistir um dos shows mais comentados do rock independente nacional, Macaco Bong. Já no meio da finalização da tatuagem, eu pedi para parar um pouco, para assistir os cuiabanos. Nossa, que show! Era tudo ao mesmo tempo a dor na canela, a energia dos músicos e a interação com o público. Inesquecível, o show do Macaco Bong em Belém.
Quando entraram os músicos da banda Móveis Coloniais de Acaju, eu já tinha me libertado e pirado com a minha nova tatuagem: Chamas na canela e “GABBA GABBA HEY”. Completamente, afim de me divertir, tive essa chance com os candangos e o ska alucinado. Tanto o público quanto a banda saíram e se divertiram muito. Ou seja, adeus as dores na perna tudo era rock’n’roll. E foi assim, até o final da primeira noite.
No meio da madrugada, do sábado para o domingo, eu fiquei maravilhado com a apresentação da banda paraense Madame Saatan. Felizes pela chegada do CD, os músicos se divertiram imensamente. Parecia que eles tinham incorporado o espírito do rock. Principalmente, a vocalista (Sammliz), que estava tinindo.
A banda Cravo Carbono mostrou também porque foi um dos melhores shows do Calango (Cuiabá) deste ano. Muita guitarrada com rock e pop. Diversão garantida.
Para continuar o nível, era vez do MQN. Mesmo às quatro e meia da manhã, Fabrício Nobre e companhia provaram porque fazem um show de rock de verdade. Cervejas na cara de todo mundo era um dos ingredientes colocados na receita dos goianos.
Para finalizar, o sábado e já quase na metade da manhã do domingo, começou o thrash metal muito bem feito da banda paraense Telaviv. Mesmo com público bastante diminuído, eles tocaram com muita garra. A minha única lástima foi não ter conseguido assistir o show da banda Telesonic, mas as músicas da banda foram a minha trilha sonora, misturada com dor e prazer.
Já estabelecido e muito feliz com a minha nova tatuagem, estava pronto para assistir os shows do domingo. Mas a minha ressaca fez com que eu perdesse os shows das bandas Superjack e Hebe e os Amargos. Porém, cheguei no final do indie rock muito bem feito do Stereovitrola, direto de Macapá.
Os StereoScopes vieram depois no palco principal e se divertiram muito e contagiando o público, que começava a lotar o African. Outra banda paraense que também está pronta para alçar novos vôos é a Attack Fantasma. A cada show, os músicos estão mais integrados. Pop rock feito de maneira especial. Mais um excelente representante da geração do município paraense de Castanhal, de onde saíram Suzana Flag e Telesonic.
Mesmo com toda a diversão garantida, que se transformou no espírito do festival. Subiu no palco a banda pernambucana Sweet Fanny Adams. Sinceramente, um dos shows mais chatos que já assisti na minha vida. Mas vamos pular essa parte.
A banda paraense Sincera, mesmo sendo considerada emo por alguns, fez um show energético. Se isso for emo, ou não, o importante é que a mulecada está muito afim de pirar num show de rock.
Agora era a vez, de um momentos inesquecíveis do festival, Os Delinqüentes sobem no palco principal. Eu nunca vi na minha vida, mesmo já assistido vários de hardcore, de bandas nacionais e gringas do estilo, uma roda punk tão grande. Jayme Catarro é um dos frontmen mais enlouquecidos do Brasil.
Agora, era uma cacetada atrás da outra, ou seja, era a vez dos Rennegados. A sensação, que todas as pessoas tinham, era que aquela noite tinha começado com os Delinqüentes e ganhou força com a banda Rennegados. Outro grande representante do hardcore paraense.
A felicidade era tanta, o African lotadaço, um noite bela, e iria começar um dos momentos mais aguardados por todos que estavam ali, Nashville Pussy estava na cidade. O que eu posso escrever sobre esse show: Uma aula de rock? Mulheres com rostos lindos tocando de forma alucinada? Ou que mesmo com o calor estávamos na cidade do rock? Na verdade, era tudo isso junto. Quem esteve lá sabe muito bem responder essas perguntas.
Bandas, jornalistas e produtores de todo o país ficaram impressionados com os 40 minutos da banda norte-americana, que terminou com cordas da guitarra arrebentadas.
Depois de uma aula intensa de como fazer um show de rock, os locais do Norman Bates continuaram o nível. Com um show de alto nível. Também já pude assistir vários shows do Norman, mas esse com certeza foi um dos melhores.
Muita coisa ainda iria acontecer no domingo, e isso ficou claro com o show da La Pupuña. Rock, merengue, guitarrada, e com todo mundo no mesmo clima; o festival já tinha conquistado o objetivo, isto é, mostrar duas coisas: o alto nível das bandas independentes nacionais e o como o público paraense está pronto para receber e se divertir (a palavra de ordem de todo o festival) com todos os tipos de música.
A diversidade foi mantida com o Coletivo Rádio Cipó. Música da periferia paraense, com música eletrônica, mais as performances dos eternos Mestre Laurentino da Gaita (quase 90 anos de idade, mas com o espírito de um moleque de 15 anos de idade, tamanha a vitalidade) e da Dona Gorete (uma das vozes mais lindas do Brasil).
Com mais de duas mil pessoas lotando o African, acontece nesse momento algo surpreendente, que impressionaria a todos e que serviria para passar de vez as minhas dores na canela. O espetáculo criado pelo Cordel do Fogo Encantado.
Com o cenário montado especialmente para este show, havia uma borboleta gigante de espuma pendurada com corpos de pessoas, feitas de papel, penduradas e sem contar a iluminação marcada pela luz azul, tudo baseado na capa do terceiro CD da banda, “Transfiguração”. O show foi algo, para quem assistiu, inesquecível, parecia que estávamos em algum culto religioso. Mãos para cima o tempo inteiro, todos cantando e se emocionando juntos.
Sinceramente, palavras nunca conseguirão descrever o que foi o show do Cordel do Fogo Encantado em Belém. O vocalista Lirinha não parava de falar da importância da cidade ser abençoada, e acima de tudo, por ser cercada pela bacia do Guajará: “É uma cidade aquática e maravilhosa”. Além disso, ao final de cada música, ele sempre agradecia à Deus. Foi simplesmente LINDO o show.
O espetáculo na verdade poderia ser dividido em duas partes, a performance de Lirinha e a dos percussionistas. O festival terminou em grande estilo. Mas mesmo assim ficou desfalcado, pois não houve as apresentações das bandas A Euterpia e Suzana Flag.
Em contra-partida, ficou claro que estamos vivendo um momento da música independente nacional. Várias bandas paraenses estão prontas para alçar novos vôos. E só para manter o nível: A diversão e satisfação foram garantidas. (Sidney Filho)

terça-feira, setembro 11, 2007

"Umbora Gravar"

Por Heluana Quintas
O PARCEIRO
Desde as primeiras discussões sobre a viabilidade e as estratégias para articular o Estado do Amapá no movimento nacional de cultura alternativa, através do Circuito Fora do Eixo, de imediato um parceiro cujas experiências, os dados técnicos e um discurso de política cultural afinado se prontificou junto à:
GALERA
Muito embora ele pudesse se omitir das discussões em favor de um dialogo mais empresarial e menos engajado, o Poliphonic Record´s optou por compor com o Coletivo Palafita uma frente sistemática e incentivadora da música independente no Estado, que invoca investimentos arriscados, tempo e muita, muita confiança nos músicos, produtores musicais e toda a galera que esse seguimento comporta – e o Palafita ta no meio dessa galera, ou melhor esta ao lado dela. Mas eis que surge:
A PERGUNTA
Em troca de que um pessoal que já tem uma estrutura considerável para atuar no seguimento musical toparia despender seu tempo e recursos nessa empreitada que é estender o Circuito Fora do Eixo ate o Amapá E eis que se ela se apresenta. Com vocês:
A RESPOSTA
A resposta esta fincada na pedra fundamental do Poliphonic Record´s. Em outras palavras, para saber as razoes contidas na credibilidade por ele depositada na musica autoral independente e no Circuito Fora do Eixo é preciso saber um pouco da historia do Poliphonic, que no inicio era:
O QUARTO DO PPEU E DO OTTO
Na época os dois irmãos eram músicos do Studio Preveiw, onde adquiriram conhecimento sobre gravação digital e a logística que envolveria um trabalho de estúdio. Nessa tempo, seria bom se o Ppeu disparasse simploriamente a frase:
“EI, MÃE, EU QUERO UMA GUITARRA ELÉTRICA”
Mas ele preferiu contar pra mãe que pararia a educação escolar formal pra estudar em casa outras disciplinas: a musica e a técnica de gravação. Ao mesmo tempo o Otto chegava por outro lado, pedindo pra aumentar o quarto, arredar essa ou aquela parede, porque a grana que os caras faziam trabalhando em studios foi sendo aos poucos transformada em equipamentos. Com o tempo, eles já precisavam de mais espaço, e o quarto deles, mais o da mãe deles virou:
O STUDIO GENEZIS
Aí eles resolveram colar as cubas de ovos no teto e nas paredes - por causa da acústica e pra reduzir problemas com a vizinhança – alugaram uma mesa de som e começaram a botar pra 18, gravando trampos como o primeiro álbum da Genezis, da Sangria e Degrau Norte. O que rendeu uma mídia espontânea. E de repente aquela casa:
“ERA UMA CASA MUITO ENGRAÇADA”
A residência adquiriu uma metade barulhenta, movimentada, cheia de músicos, com uma mulecada entrando e saindo. E, depois de longas horas colocando instrumento por instrumento em cada uma das faixas, lá estava, embalando-se numa cadeira cantarolando Valeria, da banda stereovitrola, a mãe do Ppeu e do Otto. Com esse apoio incondicional, havia chegado a hora de ter mais uma boa conversa com os pais e decidir o futuro daquele espaço. Foi então, que o Otto chegou com a novidade: o studio Genezis seria transformado em selo. O pai curtiu, achou uma boa idéia, mas ate ai ele não sabia que precisaria mudar de residência. Foi quando nasceu:
O POLIPHONIC RECORD´S
A casa inteira foi tomada pela musica, pra completar o studio de ensaio Underground – também, desde sempre, nosso parceiro – resolveu se integrar. E o que era studio de gravação virou um selo em sociedade, encabeçado pelos irmãos Otto e Ppeu e mais o Tássio, do Underground.
Atualmente, o studio esta gravando músicos que já demonstram trabalhos consolidados na cena local como stereovitrola, Sangria, Naldo Maranhão, Roni Morais, SPS12, Marttyrium, Sagras, Ecleziasthe, Shammah, Samsaramaya, No Control... e, é claro, o segundo álbum da Genezis.
Dispondo de Sistema Protools de gravação, Mesa Studio R de 32 canais, com sala para Pré-produção (15 contos a hora de ensaio), Produtores musicais e músicos, funcionando de 08 a 21 horas e oferecendo serviço de recepção e agendamento para sua banda não ficar esperando, o Poliphonic oferece ainda, para aliviar a parte do musico, gravação no valor de R$ 250, 00, o menor da cidade e, pra facilitar mais, conversando ainda rola um sistema de escambo.