segunda-feira, dezembro 03, 2007

Sérgio Sampaio (Gênio Desconhecido por muitos)

1947 Sérgio Moraes Sampaio nasce a 13 de abril, em Cachoeiro de Itapemirim, filho de Raul Gonçalves Sampaio, fabricante de tamancos e maestro de banda e Maria de Lourdes Moraes, professora primária.

1956 Começa a ajudar o pai na tamancaria. Na escola é aluno aplicado, eventualmente o melhor da classe: Dona Maria de Lourdes o colocava para estudar em casa todos os dias.
1963 Fica vidrado no samba "Cala a boca, Zebedeu", de autoria de Seu Raul, inspirado numa vizinha da Rua Moreira que espinafrava o marido diariamente. O apelido do sujeito era "Fulica".
1964 Ingressa como locutor na XYL-9, Rádio Cachoeiro. Torna-se um fã do samba-canção de Orlando Silva, Nélson Gonçalves e Sílvio Caldas.
1965 Passa três meses de experiência como locutor da Rádio Relógio Federal, no Rio de Janeiro. Retorna a Cachoeiro para servir no "Tiro de Guerra" local. É detido freqüentemente por trocar os pernoites por incursões aos bares e bordéis cachoeirenses.
1967 Mudança definitiva para o Rio de Janeiro, para tentar a vida como locutor ou cantor-compositor.
1969 Passagens pelas rádios Rio de Janeiro, Mauá e Carioca. Ingressa na rádio Continental, onde conhece Erivaldo Santos, parceiro no primeiro samba feito no Rio, "Chorinho inconseqüente", mais tarde incluído no LP "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez".
1970 Novembro: acompanha ao violão o compositor Odibar, parceiro de Paulo Diniz em "Quero voltar para a Bahia", num teste na gravadora CBS com o então produtor Raulzito. As músicas de Odibar não agradam e Sérgio canta composições suas como "Coco verde" e "Chorinho inconseqüente". Na saída, Raul Seixas lhe diz ao pé do ouvido: "Volte amanhã".
1971 Janeiro: assinatura do contrato com a CBS. Sérgio e Raul se tornam amigos. Com Raulzito, Sérgio conhece o rock e o pop internacional em geral. Abril: "Sol 40 graus", com o Trio Ternura, é a primeira letra de Sérgio Sampaio a ganhar as rádios. Ele assina a música como "Sérgio Augusto" e seu parceiro Ian Guest, como "Átila". Junho: compacto "Coco verde/"Ana Juan", direção artística de Raul Seixas e arranjos de Ian Guest. O disco toca muito, devido à ajuda de amigos disk-jockeys de Sérgio, mas vende pouco.Setembro: LP "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez", com Raul Seixas, Míriam Batucada e Edy Star, que causa na época o maior fordunço na gravadora CBS. Também pudera: o disco era uma verdadeira sessão de escracho musical, uma coleção de pastiches de rock, samba e ritmos nordestinos, com letras sarcásticas, entremeadas por piadas e sátiras ao cotidiano em forma de vinhetas malucas. Outubro: Sérgio participa do VI FIC com "No ano 83", de sua autoria. A seu lado, nos vocais, Jane Vaquer, futuramente conhecida como Jane Duboc.
1972 Março: conhece o guitarrista Renato Piau nos corredores da CBS. Abril: compacto "Classificados nº 1"/ "Não adianta". Direção artística de Raul Seixas. Setembro: Pelas mãos de Raul Seixas, que já estava na gravadora, Sérgio ingressa na Phillips, dirigida por André Midani, para trabalhar com o produtor Roberto Menescal. Gravação de "Eu quero é botar meu bloco na rua", inscrita no VII FIC, com presença de Piau no violão, Ivan Machado no baixo, os "Cream Crackers" na percussão, Raul Seixas e membros dos Golden Boys no coro. Outubro: estouro no FIC com o "Bloco", que invade as rádios de todo o Brasil. Em poucos meses, vendas de mais de 300 mil compactos. Dezembro: Sérgio contrai tuberculose, mas ainda assim começa as gravações de um LP para a Phillips, com produção de Raul Seixas, e na banda de apoio Renato Piau, o tecladista José Roberto Bertrami, o baixista Alexandre Malheiros e Ivan "Mamão" Conti na bateria. Também participam os "Cream Crackers" e o baterista Wilson das Neves.
1973 Março: sai o LP "Eu quero é botar meu bloco na rua". Mesmo contendo a música de grande sucesso, torna-se um fracasso comercial e de crítica. No entanto, permanece até hoje como o disco preferido da maioria dos sampaiófilos. Apesar da boa execução nas rádios de músicas como "Viajei de trem", uma toada-rock de alta lisergia, a valsa pop "Leros & leros & boleros" e os sambas "Odete" e "Cala a boca, Zebedeu", a vendagem não ultrapassa as 5 mil cópias. Maio: apresentação na série de shows "Phono 73", em São Paulo. Outubro: Sérgio recebe o "Troféu Imprensa", o "Oscar brasileiro", do programa "Sílvio Santos", na TV Globo, como "Revelação de 72".
1974 Janeiro: compacto "Meu pobre Blues"/ "Foi ela". A primeira, uma lírica e dúbia elegia ao seu ídolo de juventude, Roberto Carlos. A segunda, um samba com feeling de rock, cadenciado e envolvente.Abril: casa-se com Maria Verônica Martins (Ponka), numa cerimônia hippie em Cachoeiro. Aplica um beijo na testa do Juiz de Paz no final. Junho: rescinde o contrato com a Phillips e retira-se por algum tempo em Mimoso, cidade próxima a Cachoeiro, onde compõe o samba "Velho bandido".
1975 Janeiro: retorna ao Rio e ingressa na gravadora Continental. Junho: compacto "Velho bandido"/"O teto da minha casa", com produção de Roberto M. Moura e arranjos do violonista João de Aquino. Novembro: sua marchinha "Cantor de rádio" é incluída no LP "Convocação Geral nº 2", da Som Livre.
1976 Janeiro: show "O pulo do gato", da SOMBRÁS, no Teatro Casa Grande, com Jards Macalé e Dona Ivone Lara. Entre maio e junho, gravações e lançamento do LP "Tem que acontecer", muito elogiado pela crítica mas pouco executado nas rádios.
1977 Março: compacto "Ninguém vive por mim / História de boêmio(Um abraço em Nélson Gonçalves).Junho: cancelamento de um novo LP para a Continental seguido da rescisão do contrato. Agosto: show no Teatro Tonelero, organizado por universitários, com Fágner, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo e Lô Borges.
1978 Junho: internação no Hospital Miguel Couto do Rio com uma crise de pancreatite. Novembro: lota por uma semana o Teatro Opinião, do Rio, com o show "Agora".
1979 Julho: temporada de 15 dias na Sala Funarte/Sidney Miller, no Rio, ao lado do compositor Carlos Pinto.
1982 LP independente "Sinceramente". Um trabalho denso e confessional, enfocando ao mesmo tempo as diversas facetas pessoais e artisticas de Sampaio. Lançado em meio à explosão de ursinhos blau-blaus, batatas-fritas e folias na praia da "niuêive" carioca, o disco passa despercebido.
1983 Fevereiro: nasce João Sampaio, da união com Angela. O compositor Xangai (Eugênio Avelino) é o padrinho.
1986/87 Mesmo os mais atentos fãs acham que Sampaio abandonou a carreira. Raramente se ouve falar nele. Seus discos viram peças de colecionador, disputados a tapa nos sebos de todo o páis. Letras como as de "Meu pobre Blues" ou "Ninguém vive por mim", músicas lançadas apenas em compacto, são cultuadas e reconstituídas verso a verso pelos "sampaiófilos" de carteirinha. Os 80 são realmente um habitat muito ingrato para Sampaio: nenhuma música no rádio, magros direitos autorais e escassos shows, quase sempre em bares e sem nenhuma cobertura da mídia. Na vida pessoal, o alcoolismo minando dia a dia suas forças. Ainda assim, o artista continua compondo regularmente e cada vez melhor suas novas músicas, que apresenta nos shows lado a lado com seus cavalos de batalha.
1988 Outubro: temporada de 10 dias na Sala Funarte, do Rio, com Jards Macalé.
1990 Novembro: shows no Segredo de Itapuã, Bahia, ao lado de Xangai. Sérgio começa a namorar a produtora de shows Regina Pedreira e resolve mudar-se para a Bahia.
1991/92 Os ares baianos fazem muito bem a Sampaio, que vivencia uma espécie de renascimento artístico e pessoal. Novas composições e diversos shows em bares da periferia de Salvador e em outros estados nordestinos.
Outubro/92: participação no show "Baú do Raul", na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, na Bahia, cantando músicas do LP "Sociedade Kavernista...".
1993 Fevereiro: no aniversário do filho João, Sérgio anuncia que deixou a bebida. Ao longo do ano, shows em Brasília, Goiânia, Vitória e Rio de Janeiro.
1994 Janeiro: Convite do selo paulista Baratos Afins para gravação de um CD de inéditas. Abril: aniversário no Rio com presença de amigos como Sérgio Natureza, Chico Caruso e Luiz Melodia. Maio: internação no CTI do Hospital IV Centenário com crise aguda de pancreatite. Sérgio falece às 5 da manhã do dia 15 de maio.



Último piano de Chopin é encontrado em casa inglesa


O piano de cauda tocado pelo compositor polonês Frederic Chopin em sua última turnê de concertos, em 1848, foi encontrado em uma casa de campo inglesa, nesta quarta-feira(21).

O instrumento, fabricado em Paris por Camille Pleyel, foi comprado de um negociante por 2.000 libras (4.000 dólares) por Alec Cobbe em 1988.
O colecionador britânico sabia que o piano era do tipo usado por Chopin, mas não tinha idéia que o instrumento comprado era o mesmo tocado pelo famoso compositor até o pesquisador Jean-Jacques Eigeldinger vasculhar os registros de Pleyel e encontrar o número de série do instrumento.
"Foi uma grande surpresa, fiquei assombrado", disse Cobbe.
"Os pianos Pleyel são muito raros na Inglaterra. Eu passei 15 anos procurando um, comprei o primeiro que tive a oportunidade de encontrar e este acabou se revelando algo fora de série!", acrescentou.
O piano agora pertence à Coleção Cobbe da propriedade Hatchlands, administrada pelo National Trust, sudoeste de Londres.
Nascido em 1810, Chopin se mudou para Paris em 1831, mas trocou a cidade-luz por Londres em 1848.
Na mudança, ele levou consigo o piano Pleyel, fabricado dois anos antes e que ele próprio havia escolhido.
Chopin compunha, praticava e se apresentava com o instrumento e tocou nele naquela que se tornou sua última turnê de concertos, antes de sucumbir à tuberculose.
O piano está em exposição na mansão do século XVIII de Hatchlands Park como parte da Coleção National Trust, que ostenta a maior coleção do mundo de instrumentos de teclado relacionados ao compositor polonês.
A coleção poderá ser visitada pelo público a partir de 1º de abril e Cobbe tocará o piano de Chopin em 19 de abril.
Fonte: Correio Web Brasiliense / Notícias / France Press e The Time